Ainda na cama, envolta num sorumbático acordar, desperto antes da hora e de imediato, um arrepio percorre-me de alto abaixo em todos os poros do meu corpo. Quase de forma automática, passam-me em frente aos olhos imagens repletas de luxúria, paixão e sexo. Sinto-te ainda tão presente em mim. E, no entanto, sei que só a memória me pode ajudar a fazer rewind e tentar. Tentar sentir no corpo, agora sozinho, agora despojado do teu calor, do teu cheiro, o prazer que me dás. E a memória, quase fotográfica, quase real, inunda-me de ti. Suavemente, começo a percorrer a minha pele. Do peito, ao ventre, ao centro do meu ser. Encontro-me já como tu gostas de me encontrar. Escorregadia e pronta para te receber. Substituo-te pelos dedos, os únicos auxiliares ao alcance da urgência que agora sinto. Consubstancio-te neles e entrego-me ao prazer solitário num espasmo doce e fugaz que me mantém quente para te voltar a encontrar.
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