Descobriam-se de novo sempre que se tinham. Era escusado procurar encontrar o motivo pelo qual, depois de tanto tempo, os seus corpos ainda se encontravam viciados um no outro, o motivo pelo qual ainda não se haviam desvanecido as centelhas de paixão que se acendiam sempre que as suas peles se tocavam e faíscavam em eléctricos choques de prazer. Era escusado tentarem explicar o que os fazia correr para os braços um do outro, o que os fazia entregar-se sem freios e sem pudores. Era escusado tentarem manter-se afastados um do outro porque sabiam, mais tarde ou mais cedo, os seus caminhos haviam de se cruzar numa espécie de magnetismo invisível, uma espécie de corda inquebrável que os mantinha presos um ao outro e que os comandava sem razão. E seguiam, os desígnios inexplicáveis do prazer, entregando-se em orgasmos deliciosos, em explorares apaixonados, em sôfregos toques e beijos sedentos de alimento, de sugares da alma para fora, de sexo desenfreado e cândidos completares.
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